domingo, 9 de março de 2014

Dica de cinema: Clube de Compras Dallas

Clube de Compras Dallas (2013, Dallas Buyers Club) - Jean-MarcVallée



O filme se passa nos anos 80, época em que o vírus HIV espalhava AIDIS a todos que estavam vulneráveis, por todos os motivos possíveis como uso de seringa compartilhadas para se drogar, sexo sem preservativo e transplante de sangue, mas que por conta da situação da época estava diretamente ligado à infecção vinda dos homossexuais, grupo de risco mais presente na época. Foi justamente no Texas, em um local extremamente machista que o protagonista Ron Woodroof  (Matthew McConaughey) se viu infectado e por conta disso, excluído de seu circulo social para se tornar um estranho e "comedor de veados".

É nos tratamentos que Ron conhece Rayon (Jared Leto), um travesti que também está na mesma fase do HIV e que está testando uma nova experimental nos EUA, o AZT. E assim, começa um processo extremamente complexo de aceitação pelo protagonista em ter um parceiro em quem ele pode contar para que os dois comecem a contrabandear uma droga que substitua o AZT, já que a droga não traz resultados positivos e causa inúmeros efeitos colaterais. 

Basicamente essa é a história do filme. Normalmente sempre gosto de comentar sobre os aspectos técnico-artísticos dos filmes que neste filme foram perfeitos, mas dessa vez não queria falar sobre isso,  mas sim, do aspecto humano que o filme trouxe.

Sinceramente, o filme é um processo de visualização da desconstrução e reconstrução dos valores que nos guiam na vida. Essa obra magnífica vai nos conduzindo a primeiro se envolver com os personagens e conforme vai seguindo sua trajetória e os cada um dos atores vai evoluindo em sua performance, independente da critica entre "Homofóbico" e "Travesti" e dos seus valores morais pré-concebidos, são também experimento da empatia que vamos sentindo por cada um deles. E o envolvimento é tanto que em algum momento, quando tudo se rompe e a esperança se acaba, você se envolve a eles, sofre com eles, chora também... Sem contar que percebemos todos nossos "pré-conceitos", assim como o protagonista cowboy homofóbico declarado e machista nascido e criado no Texas e passamos a ver e entender melhor como funciona as situações em que podemos deixar de ser nós mesmos, egoístas e mesquinhos, para nos tornar uma comunidade, em prol de algo melhor, mais nobre, que beneficia e muda a vida de todos.

Aconselhável ver o filme pelo honrável Oscar justamente ao Jared Leto como ator coadjuvante e ao Matthew McConaughey, porque fez jus a cada um de seus personagens, sem exageros, sem chegar à chacota do esteriótipo ou da avacalhação.

x


Nenhum comentário: